O QUE É UM ACÓLITO
1. Os ministros litúrgicos
Na primeira lição do nosso curso dissemos
que toda a assembleia litúrgica precisa de ministros litúrgicos
para a servir. E também dissemos que, para a celebração da missa
dominical decorrer sem atropelos, são precisos, pelo menos, quatro
ministros: o presidente, o leitor, o cantor e o acólito.
Imaginem, por exemplo, que num domingo as
pessoas se tinham reunido para a missa, mas não havia ninguém para
fazer as leituras nem para cantar o salmo. O presidente tinha de
presidir e, quando chegasse o momento, tinha também de ir ler as
leituras, no caso de não haver ninguém na assembleia capaz de as
proclamar, e isso faria com que a celebração sofresse um atropelo;
se não houvesse cantor, o salmo responsorial teria de ser apenas
lido, o que seria outro atropelo, pois o salmo deve ser cantado
por um cantor diferente do leitor.
Se isso viesse a acontecer muitas vezes,
poderia ficar-se com a ideia errada de que a missa é o que na
realidade não é ou não deve ser. Se fosse sempre o presidente da
celebração a fazer tudo, alguém poderia pensar que a missa é só dele,
quando isso não é verdade, pois Jesus quis e quer que ela seja de
todos os cristãos reunidos em assembleia. Jesus não quer que seja
um só a fazer tudo, mas também não quer que haja alguns que nunca
fazem nada. O que Ele mais gosta é que cada um faça o que deve
fazer, para que a celebração seja de todos e todos sintam que são
responsáveis por ela.
A palavra acólito vem do verbo acolitar, que significa acompanhar no caminho. Dado que se pode acompanhar alguém indo à frente, ao lado ou atrás de outras pessoas, acólito
é aquele ou aquela que, na celebração da liturgia, precede, vai
ao lado ou segue outras pessoas, para as servir e ajudar.
Quem é que o acólito acompanha e serve? Em
primeiro lugar acompanha e serve o presidente da celebração da
missa, que tanto pode ser o bispo como o presbítero; em segundo
lugar acompanha e serve o diácono, o ministro extraordinário da
comunhão, ou outras pessoas que precisam de ser ajudadas durante a
celebração. Noutras celebrações, acompanha e serve as pessoas
responsáveis por essas mesmas celebrações.
Quando é que o acólito começa a ajudar e a
servir o presidente da missa? Quando o bispo ou o presbítero, na
sacristia, tomam as suas vestes. Já então o acólito deve estar
vestido e pronto, para poder ajudar. Depois, acompanha-os na procissão
de entrada, indo à frente. Durante a missa, o acólito está sempre
atento ao que o bispo ou o presbítero precisam, para lhes
apresentar umas vezes o missal, outras vezes as coisas que eles
hão-de colocar no altar, ou para os acompanhar quando vão
distribuir a comunhão aos fiéis. Por fim, quando o presidente
regressa à sacristia, o acólito vai à sua frente e ajuda-o a tirar
as vestes e a guardá-las.
Só depois de tudo isso feito é que o acólito
pensa em si próprio. No fim de ter ajudado o presidente da
celebração, também ele tira a sua túnica e a guarda. Enquanto faz
tudo isso, agradece a Jesus por ter estado a servi-lo na pessoa dos seus
ministros, e pode lembrar-se daquela palavra do Senhor: Tudo aquilo que fizestes a um dos meus irmãos, mesmo aos mais pequenos, foi a mim que o fizestes.
Podemos então dizer que o acólito, desde o
princípio até ao fim da missa, acompanha, ajuda e serve o próprio
Jesus. Ele não o vê com os seus olhos; mas a fé ensina-o. Um
verdadeiro acólito vai descobrindo isto cada vez mais. Se um acólito não
o descobre, corre o risco de se cansar de ser acólito. Mas se o
descobre e acredita nisso, então vai desejar sempre ser escolhido
para acólito, em cada domingo.
Para explicar muito bem este assunto tenho de dizer várias coisas. A primeira é esta: há acólitos instituídos e acólitos não instituídos.
a) Acólitos instituídos
Chamam-se acólitos instituídos,
aqueles que o bispo duma diocese chamou e fez acólitos. Este
chamamento e esta instituição pelo bispo querem dizer que um
acólito instituído é convidado a participar muito empenhadamente na
celebração da Eucaristia, que é o coração da Igreja, e que o deve
fazer sempre que esteja presente e for convidado a fazê-lo pelo
responsável da celebração.
Também quer dizer que, dentro da
mesma diocese, o acólito instituído pode ser chamado a realizar o
seu serviço em qualquer paróquia, desde que o pároco o convide ou
lho peça, uma vez que o bispo que o chamou é o bispo de todas as
paróquias dessa diocese.
Quem é que pode ser acólito
instituído? Só os rapazes que se preparam para isso durante
bastante tempo. É o que acontece com os seminaristas, embora também
possam ser chamados outros rapazes ou homens que não sejam
seminaristas. Este pormenor quer dizer que, um dia, se esse rapaz
ou homem vier a ser ordenado padre, deve não só servir bem, como
bom acólito que foi, mas também ensinar os mais novos da paróquia
onde estiver, a serem bons servidores, ou seja, óptimos acólitos,
como o vosso pároco está agora a fazer convosco.
b) Acólitos não instituídos
Os acólitos não instituídos
são em muito maior número do que os instituídos. São aqueles que
nós conhecemos melhor, porque os vemos todos os domingos a servir
na missa, nas nossas paróquias. Eles podem ser rapazes ou raparigas.
Quem os chama para serem acólitos é o pároco de cada paróquia e não o
bispo da diocese. Esse chamamento é precedido duma preparação. O Curso para Acólitos de que esta lição faz parte, tem por fim ajudar a fazer essa preparação.
Juntamente com o Curso é muito
importante praticar o serviço de acólito, procurando fazê-lo cada
domingo com maior perfeição e atenção, mas sobretudo com muito
espírito de fé. Podemos dizer que Jesus foi o primeiro de todos os
acólitos, pois disse um dia estas palavras: Eu estou no meio de vós como quem serve.
Ora, o acólito, quer seja instituído quer seja não instituído, é e
deve ser cada vez mais um rapaz ou uma rapariga que gostam de servir a
Deus e aos seus irmãos na vida, a começar pelos que moram em sua
casa e com os que com eles convivem mais de perto, e também na
liturgia.
Como o nosso Curso se destina
aos candidatos a acólitos não instituídos nas Paróquias, vamos
enumerar as suas funções principais na missa de cada domingo.
Antes de começar a missa:
— prestar todos os serviços ao presidente e ver se o altar e tudo o mais está preparado para a celebração.
Ao começar a missa:
— na procissão de entrada, a caminho do altar, levar a cruz, assim como os círios acesos.
Durante a missa:
— servir o presidente em tudo o que for preciso: apresentar o missal e as coisas necessárias para preparar o altar;
— acompanhar o presidente e os ministros extraordinários durante a distribuição da comunhão aos fiéis;
— arrumar os vasos sagrados, na credência, depois da purificação.
No fim da missa:
— acompanhar o presidente e ajudá-lo a tirar as vestes. Só depois disso é que o acólito tira a sua túnica.
Nesta lição apenas enumerámos as coisas mais importantes. Mais tarde diremos tudo com mais pormenor.
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